Rosácea Ocular: Quando a Pele e os Olhos Sofrem Juntos
- Dr Lennon da Costa

- 3 de jun.
- 3 min de leitura
Você já ouviu falar em rosácea? Essa condição inflamatória da pele, famosa por causar vermelhidão no rosto, também pode afetar os olhos — e de forma bem incômoda. Essa é a rosácea ocular, uma doença crônica que merece atenção e tratamento adequado para evitar complicações.

O que é a rosácea ocular?
A rosácea ocular é uma inflamação que afeta principalmente as pálpebras e a superfície dos olhos. É comum que ela ocorra junto com a rosácea cutânea (que atinge o rosto), mas em alguns casos, os sintomas oculares aparecem antes ou até sem qualquer sinal na pele.
Os sintomas mais comuns incluem:
Olhos vermelhos ou irritados
Sensação de areia ou corpo estranho
Ardência, coceira ou fotofobia (sensibilidade à luz)
Lacrimejamento ou ressecamento ocular
Calázios e terçóis recorrentes
Com o tempo, se não for tratada, a rosácea ocular pode causar lesões na córnea, levando à formação de cicatrizes e, em casos graves, até à perda da visão.

Por que isso acontece?
A causa exata ainda não é totalmente conhecida, mas sabemos que há uma combinação de fatores:
Disfunção do sistema imunológico
Inflamações persistentes
Alterações nos vasos sanguíneos
Presença do ácaro Demodex nos cílios
Desequilíbrios na flora bacteriana natural da pele e dos olhos
Além disso, fatores genéticos, hormonais e ambientais (como exposição solar, álcool, estresse e alimentos apimentados) podem piorar o quadro.
Quem pode ter rosácea ocular?
A rosácea ocular pode atingir pessoas de qualquer idade, mas é mais comum entre os 30 e 50 anos. Afeta homens e mulheres, sendo um pouco mais diagnosticada nas mulheres, talvez porque elas procurem mais atendimento médico. Embora mais comum em pessoas de pele clara, ela também pode ocorrer em peles mais escuras, o que pode dificultar o diagnóstico.
Crianças também podem apresentar uma forma da doença chamada blefaroceratoconjuntivite pediátrica, que pode causar danos permanentes à visão se não for reconhecida e tratada a tempo.
Como é feito o diagnóstico?
Não existe um exame específico para rosácea ocular. O diagnóstico é feito pelo oftalmologista com base nos sintomas, exame das pálpebras, análise da lágrima e avaliação da pele do rosto. O envolvimento de dermatologistas também é comum, já que a rosácea muitas vezes atinge simultaneamente pele e olhos.
Existe tratamento?
Sim! Embora não tenha cura, a rosácea ocular pode ser controlada com medidas simples e medicamentos. O tratamento depende da gravidade, mas geralmente inclui:
Cuidados diários com as pálpebras: higiene das margens dos cílios com produtos apropriados e compressas mornas
Lubrificantes oculares: para aliviar a secura e o desconforto
Pomadas ou colírios com antibióticos ou anti-inflamatórios
Tratamentos orais, como a doxiciclina, nos casos mais graves
Evitar gatilhos, como sol intenso, estresse, alimentos apimentados e bebidas alcoólicas
Suplementos de ômega-3, que ajudam a melhorar a qualidade da lágrima
Em alguns casos, pode ser necessário o uso de lentes especiais, terapias com luz pulsada ou até cirurgias para tratar lesões na córnea.

Por que é importante tratar?
Além do desconforto, a rosácea ocular pode levar a complicações graves se não for tratada adequadamente. A inflamação prolongada pode danificar a córnea, levando à formação de cicatrizes e à perda da visão.
Por isso, não ignore os sinais! Se você tem rosácea na pele e sente sintomas nos olhos, ou se tem olhos constantemente vermelhos, irritados e com sensações estranhas, procure um oftalmologista.
Conclusão: A rosácea ocular é mais comum do que se imagina e, embora possa ser desconfortável, tem tratamento. Com diagnóstico precoce e acompanhamento adequado, é possível manter a saúde dos olhos e preservar a qualidade de vida.
Consulte sempre um especialista. Cuidar dos olhos também é cuidar da sua saúde!


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