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Alterações oculares pela Covid-19

  • Foto do escritor: Dr Lennon da Costa
    Dr Lennon da Costa
  • 18 de mai. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 23 de mai. de 2021


Todos os dias aprendemos coisas novas sobre o coronavírus! Se por um lado os avanços nas pesquisas e a vacinação em massa enchem nossos corações de esperança quanto a dias melhores, as novas variantes da doença nos lembram que ainda há um longo caminho a ser percorrido. No início da pandemia, o que parecia ser uma infecção restrita aos pulmões e com rápida evolução para insuficiência respiratória e morte, revelou ao longo dos meses, uma doença que ameaça vários órgãos e sistemas do corpo humano. Inúmeros são os relatos de médicos e pacientes que se depararam com problemas cardíacos, renais, auditivos e de memória. Infelizmente os olhos não ficaram de fora da lista dos órgãos afetados pelo COVID-19.


Cientistas brasileiros descobriram que, além de funcionarem como portas de entrada para o vírus, os olhos podem sofrer sequelas importantes na suas porções mais internas.

Assim como outros vírus que causam conjuntivite, o coronavírus pode ser inoculado nos olhos pelo contato com as mãos contaminas. Há evidências de que as formas adquiridas pela via respiratória também poderiam causar manifestações oculares como por exemplo:


-Conjuntivite

-Episclerite

-Esclerite

-Uveítes

-Paralisia de nervos relacionados com as funções oculares

-Neurite óptica

-Estrabismos

-Tromboses vasculares


Apesar de ser a manifestação ocular mais comum, a conjuntivite é uma apresentação rara na doença. Ela está presente em apenas 0,8% dos casos de infecção pelo COVID-19. Na fase aguda da infecção, as lágrimas contém grande quantidade de vírus e servem como uma fonte de transmissão da doença. Por esse motivo cuidados são essenciais nessa fase da doença:


-Lavar bem as mãos com água e sabão

-Higienizar objetos de uso corriqueiro com álcool (controle remoto, celular e chaves)

-Separar objetos de uso pessoal como toalha de rosto e fronha de travesseiro

-Usar lenços de papel descartável


Inicialmente, o paciente com suspeita ou diagnóstico confirmado de COVID-19 pode realizar uma consulta com o oftalmologista através de telemedicina. Medidas iniciais são tomadas e o médico decidirá se há necessidade de o paciente vir ao consultório.

Com o tratamento correto, a doença geralmente tem a sua resolução sem sequelas permanentes.


Quais são os principais sintomas oculares relacionados à infecção pelo corona vírus?


-Vermelhidão ocular

-Secreção que oclui os olhos pela manhã

-Inchaço das pálpebras

-Lacrimejamento

-Sensibilidade a luz

-Coceira nos olhos

-Redução da acuidade visual

-Visão dupla

-Desvio da posição normal dos olhos (estrabismo de aparecimento repentino)


Dentre todos os sintomas listados acima, a piora da visão (redução da acuidade visual) é o que acende o alerta vermelho deve ser investigado pelo oftalmologista o mais rápido possível.

Os danos causados pelo COVID-19 na porção mais interna do olho, a retina, tem potencial de causar sequelas irreversíveis. Essas lesões são divididas em dois grupos: as que causam baixa de visão e aquelas que não causam baixa de visão.


As primeiras, geralmente, são percebidas pelos pacientes e por esse motivo são mais facilmente diagnosticas pois fazem com que o doente procure assistência oftalmológica. Vários médicos tem relacionado a infecção com o COVID-19 a fenômenos trombóticos no fundo do olho, como oclusões venosas e arteriolares e cuja evolução é dramática.


Já o segundo grupo de lesões não causam baixa de visão nos pacientes e na maioria dos casos não são diagnosticas e por esse motivo não possuem o acompanhamento adequado.


Os cientistas ainda não sabem se essas lesões regridem, permanecem estáveis ou podem evoluir para estágios mais graves que ameacem a visão de verdade.




Além das lesões diretas no tecido retiniano, os achados do exame de fundo de olho podem indicar injúrias neurológicas (dano cerebral) decorrentes da infecção pelo COVID-19, mas sem outros sinais aparentes. Infelizmente isso pode ocorrer tanto em pacientes intubados quanto naqueles que não precisaram de ventilação mecânica.

Pacientes que tiveram COVID-19 devem ter o exame oftalmológico realizado com o dobro de cuidado. MESMO AQUELES QUE NÃO APRESENTAM SINTOMAS VISUAIS!


O mapeamento de retina é um exame essencial para esses pacientes. Se alguma lesão for identificada é mandatório o seu registro fotográfico (retinografia) para acompanhamento. Em alguns casos, outros exames mais detalhados podem ser necessários, como a tomografia de coerência óptica.


A melhor maneira de cuidar da sua saúde é a prevenção. A vacinação é valiosa no combate ao COVID-19. Não tema a vacina!

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